domingo, 6 de janeiro de 2008

Bilhete para 2008


Andei com vontade de escrever sobre o ano novo, mas ao mesmo tempo reticente, com preguiça, e esperando o goró das festas passar e me trazer de volta o senso de humor (diferente de bom humor, atentem!). O senso de humor não veio e o goró ainda deixou seus resquícios, mas vamos lá...


Caro Sr. Ano Novo ou Sr. 2008, como achar melhor,


O Senhor ainda não me conhece, mas vim esperá-lo. Aqui as pessoas fazem muita festa quando você (posso lhe chamar assim?) aparece, bebem todas, comem tudo, cantam, dançam...Te esperei com desconfiança, mas de roupa nova. Não sei se você teve tempo de conversar com o ano que se foi, pois é... Vou lhe adiantar o principal: o encanto foi quebrado e hoje te vejo com mais desconfiança que expectativa.

Talvez você até já saiba dos meus desejos, não são muitos, além dos clássicos (saúde, paz, amor, prosperidade, felicidade...), preciso de uma trégua e mais um pouco de sorte. Pode economizar nas surpresas, preciso de equilíbrio, no ano passado minha corda balançou muito e ainda sofro os enjôos desde então.

Vejo você chegando assim... e imagino o mar de possibilidades que oferece, mas seja bonzinho comigo, venha manso, de leve, que aos poucos a esperança volta e faço as pazes com você, pois no fundo sei que você não tem nada com 2007, e está apenas o substituindo! Sei que

Viu? já estou me acostumando com você.


Um abraço e seja cuidadoso comigo!


P.S. : Maldita Pandora que não deixou tudo escapar da sua maldita caixa!


Beijos a todos!


A Equlibrista

Ilustração -Autour du zinc de Juarez Machado