
Semana passada, a necessidade financeira, me forçou a outro episódio bizarro em minha vida. Fiscalizei dois dias de prova de vestibular. É um saco, mas dentro do meu infortúnio tirei algumas experiências que repasso pros meus 5 leitores (é isso aí...estou ficando famosa!!!):
É impressionante a cara de babaca que fazemos quando fingimos que estamos pensando, mas na verdade estamos tentando espiar a prova do vizinho.
Não adianta ficar na prova até o final, a redação não vai cair na sua cabeça, muito menos o gabarito. É mais digno, dar seus chutes e entregar logo a prova, pelo menos quem está fiscalizando vai pra casa mais cedo!
Tinha um pessoa que parecia em surto psicótico em plena prova, ela ria, como se visse alguém...eu hein?outro pediu pra sair da sala antes da prova pra escovar os dentes...meu Deus ele está querendo entrar na universidade e ainda não sabe que se deve escovar os dentes ANTES de sair de casa quando acorda??
Li a primeira linha e alguns parágrafos das redações enquanto guardava no envelope. Gente o que eu li foge a qualquer visão do inferno, ou melhor, leitura do inferno: "estoram" seus orçamentos, "indiscritívelmente" (como sem descrição, foi o q senti!), neologismos com 12 letras que até parecia alemão. Como eles querem escrever se não conseguem ler nem os outdoors da cidade?? imagina então, a correção destas redações, dois professores de português, sentados em uma mesa às gargalhadas...só pode!
Sair da posição de aluna e estar na posição de professor na prova, atiçou toda meu lado tirano. Como o zelador que vira porteiro, e no mesmo dia barra a empregada, num filme q vi!!! O antes oprimido quando na função de opressor também oprime (aprendi direitinho TG?), ao contrário do esperado de alguem que viveu a experiência de humilhação.
Ilustração: a veces me gusta jugar a ser equilibrista - Virginia Agullar