terça-feira, 16 de outubro de 2007

A Teresa foi caminhar em outras terras...


O domingo amanheceu mais triste, A Teresa se foi.
Espero que ela tenha sido feliz aqui, tenha amado, tenha sido amada, tenha usufruído o mais sublime dos sentimentos e se permitido os prazeres mais banais, fumado um cigarrinho no batente de casa, tomado sol num dia quente, assistido um bom filme, relido um livro inesquecível, dado muitas risadas, comido sozinha uma barra de chocolate inteira, sentido o vento no rosto durante suas caminhadas intermináveis...
Ontem foi um dia difícil, entrei em contato com a parte prática da morte, uma realidade crua diante da nossa dor, a pessoa que amamos aos olhos dos outros: papel e cinzas. Será que eles sabiam o quanto especial era aquela pessoa? será que eles sabiam de quem se tratava?
Diante de um anoitecer melancólico entregamos suas cinzas ao mar, que subiu rapidamente como se recebesse tudo com carinho e isso me confortou. Foi uma cerimônia simples, bonita, comovente.
Todos que ela amava estavam lá, se despedindo cada um a seu modo e unidos no mesmo amor, sentindo a mesma saudade.
Tentaremos voltar a nossa vida levando essa saudade sem esperança que a morte deixa.
Vejo o Kiko se recolhendo em sua tristeza silente, tento estar próxima sem interferir no seu processo. Quanto a mim choro. E espero não ter deixado pendências com ela, agradeço por ter tido tempo de dizer coisas não ditas, enquanto estávamos a sós, e o quanto foi amada e admirada por mim.
Vai em paz
Amor
Marta

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