Texto retirado de "Cartas à um jovem poeta" de Rainer Maria Rilke
"...O senhor está olhando para fora, e é justamente o que menos deveria fazer neste momento. Ninguém o pode aconselhar ou ajudar - Ninguém. Não há senão um caminho. Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos da sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever?...Escave dentro de si uma resposta profunda. Se a afirmativa for sim...então contrua a sua vida de acordo com essa necessidade...Depois procure, como se fosse o primeiro homem, dizer o que vê, vive, ama e perde. Não escreva poesias de amor...pois precisa-se de uma força grande e amadurecida para se produzir algo de pessoal num domínio em que sobram tradições boas...Deve fugir dos motivos gerais para aqueles que sua própria existência cotidiana lhe oferece; relate suas mágoas e seus desejos, seus pensamentops passageiros, sua fé em qualquer beleza - relate tudo isto com íntima, e humildade sinceridade...Se a própria existência cotidiana lhe parece pobre, não a acuse. Acuse a si mesmo, diga consigo que não é bastante poeta para extrair suas riquezas. Para o criador, com efeito, não há pobreza nem lugar mesquinho e indiferente." (pag.26 e 27)
É disso que pretendo falar...da vida, embora nem sempre da minha!
sábado, 10 de fevereiro de 2007
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Um comentário:
ha..eu li exatamente esse carta ontem. belíssima...me senti um pouco burro porque ás vezes não consigo extrair beleza dos meus arredores...fala-me mais poesia..por isso Rilke linerta..e é precisa lê-lo todos os dias. parabéns pelo blog!
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